quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Perícia Telepática


                   Com tristeza, vejo com quão descaso é tratado os trabalhadores de Angra dos Reis, quando são acometidos de alguma doença e necessitam de apoio da Previdência Social.
                    Digo isto, pois por várias vezes recebi trabalhadores desesperados por não ter tido o amparo devido. O que vem ocorrendo? O trabalhador é acometido de alguma doença e os médicos das empresas, após exame acurado, entendem pelo afastamento do trabalhador de suas atividades e, como é óbvio, os trabalhadores vão a busca do amparo da Previdência Social (INSS), a fim de postularem o Auxílio Doença, que é um direito de todos os trabalhadores que por algum motivo ou doença não se encontram em condição de trabalho.
                   Acontece que muitos deles saem da agência do INSS muito mais doentes do que chegaram, porque, segundo os relatos destes trabalhadores, os senhores peritos ignoram os laudos médicos emitidos pelos médicos das empresas ou mesmo particulares e sem sequer realizarem um exame acurado, pura e simplesmente negam o Auxílio Doença sob alegação de que o trabalhador está APTO PARA O TRABALHO.
                   Para provar estes descasos recentemente acompanhei uma senhora que postulava ajuda, em um programa televisivo de Angra dos Reis, para a própria sobrevivência, pois não tinha condições de trabalho e lhe foi negado o Auxílio Doença.
                   Foi então que confirmei a sua tortura, pois os médicos que a tratavam há mais de 6 anos determinaram o seu imediato afastamento do trabalho ou quaisquer outras atividades, em razão da referida senhora Cremilda estar com as duas pernas necrosadas.  Portando os referidos laudos Cremilda procurou o INSS de Angra dos Reis e pasmem: sem ter sido examinada ou mesmo determinado que fossem retiradas as gazes que cobriam as feridas de suas pernas, teve o seu benefício indeferido sob a alegação de estar apta ao trabalho.
                   Assim como Cremilda, vários trabalhadores ao procurarem a assistência social brasileira, notadamente a de Angra dos Reis, saem de lá mais doentes, porque além das graves feridas nas pernas, saiu de lá a dona Cremilda com uma ferida psicológica.
                   Clamo aos sindicatos e as entidades que defendem os trabalhadores, bem como ao Ministério Público, que se aliem ao Conselho Federal de Medicina para que as perícias médicas do trabalhador sejam efetuadas com perícias de verdade, encerrando de uma vez por todas com a prática intolerável das perícias telepáticas.

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